O Vale dos Anjos- resenha

Apesar da história de Schulai ser um tanto quanto boba, beirando ao ridículo por várias vezes, chegou a me impressionar em determinados momentos. É claro que como autor iniciante apresentou sinais claros de sua inexperiência, como erros de concordância que chegaram em algumas passagens.

O livro começa com a trajetória de Dimítris Saloustros, um grego que participa sempre da mesma rotina entediante em sua vida, quando sofre de um acidente fatal e morre de forma precoce. Depois de julgado, vai para o Paraíso onde se revelam as belezas da vida após a morte. Mas Dimítris não está nenhum pouco satisfeito em abandonar sua mulher, fato que o faz participar do maior torneio de todos os tempos: O Torneio do Céu, onde o lutador premiado poderá tornar-se um anjo- semideus e voltar ilegamente a vida.

Nesse caminho, conhecemos Ramirez, seu mestre, anjo-protetor, que o leva a vitória e ensina técnicas únicas que acabam por ajudar Dímitris no torneio. Sua personalidade quase não é destacada, praticamente de nenhum personagem, para ser sincero, mas podemos vir a ter algumas suspeitas sobre sua família e seus motivos misteriosos para o treino de Dimítris.

 Em alguns momentos me peguei pensando: "Que coisa chata, não vejo a hora de acabar!" Pela falta de ação e muitas páginas monótonas, mas quando O Vale dos Anjos começou a se mostrar interessante, perto da metade, não consegui mais parar. Creio que para uma história valer a pena o livro tem que se mostrar interessante logo no começo, mas não critico o autor quanto a isso.

 Creio que Schulai poderia ter evoluído mais o texto, se pudesse desenvolver mais história, e assim tornar o livro bem melhor com a exclusão de partes desnecessárias que davam a impressão de que o autor só queria encher linguiça. Mas sei que essa não foi a verdadeira intenção. Os dialogos em sua maioria são mau feitos, mas a escrita leve, rapida,direita e divertida ajudou a me proporcionar uma impressão boa do livro, que apesar de previsível, quando sabemos tudo o que irá acontecer no final, é uma boa leitura.
 
 Nos trechos que Dimítris, Anne e Obelisco visitam a Grécia, o Japão e o Brasil, o autor poderia ter descrito mais todo o lugar. Eu sei que não tem como visitar todos esses países, mas ficou tudo muito vago, e ficou extremamente claro que Schulai não fez questão nenhuma de levar a fundo o cenário em que a história se passava.

 E fica a dúvida: Porque há asas na capa se na história os anjos não as possuem?

 A descrição poderia ser bem melhor, dando mais um ar de realidade ao Vale dos Anjos,  e Schulai poderia ter tomado mais cuidado com as palavras repetitivas, como belo, bem arborizada e por aí vai... Perdi a conta de em quantas frases foram usados essas expressões. Umas trinta vezes. Até na cozinha o autor colocou a palavra BELA. Mas vamos lá.
 Em geral, O Vale dos Anjos me decepcionou um pouquinho, ficou abaixo de minhas expectativas, mas ainda assim o final valeu a pena e o gostinho de quero mais me deixou curioso para a sequência. A pergunta que não quer calar agora: "Quando sairá a parte 2????" Tenho certeza de que a história será bem mais elaborada e mais descritiva, e conquistará ainda mais estrelinhas do blog Sagas Marcantes.
 Parabéns a Leandro, e boa sorte para as continuações!E mais uma vez, obrigado por ceder o livro a resenha!

CAPA: 4 ESTRELAS
ENREDO: 3 ESTRELAS
PERSONAGENS: 2 ESTRELAS
LUTAS: 3 ESTRELAS
NARRATIVA: 3 ESTRELAS