quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Torre Negra- Vol.6 -Canção de Susannah


Após várias provações traumáticas durante a expedição marítima com Roland e Eddie, Susannah fica grávida. Isso não é algo
comum, pois seu pai não é nada comum. Para libertar o jovem Jake, Susannah sofreu ataques de um demônio. Desde então, os sinais de sua iminente maternidade se multiplicam e, principalmente, uma nova personalidade originou-se em seu espírito: Mia (que quer dizer "Mãe", na antiga língua de Roland). E agora que seu bebê está prestes a nascer, é Mia que comanda o corpo da jovem mulher, e que a faz deixar o "ka-tet" (quer dizer, o grupo). Eddie, Jake e Roland vão à sua procura, sem no entanto esquecer sua missão: proteger a Torre e a rosa a ela relacionada, esta flor que cresce num terreno baldio de Nova Iorque, pertencente a Calvin Tower ("torre", em português). Ao “ka-tet” inicial junta-se o pai Callahan, ex-padre que os fãs de King tinham encontrado em "Salem". Callahan foi a Nova Iorque, onde morreu alguns anos depois, perseguido pelos "abomináveis", estranhas criaturas fiéis ao Rei Cramoisi, que quer derrubar a Torre e ver todo o universo desmoronar. Após sua morte, Callahan se encontra novamente em Calla e, apoiando os pistoleiros na luta contra os lobos, compreende que tem um papel a cumprir na procura empreendida por Rolando. Isto porque, quando Susannah desapareceu na Nova Iorque de 1999, ele segue seus novos companheiros, mas a passagem é frágil e o grupo se separou. Roland e Eddie aterrissam em 1977, em um pequeno vilarejo onde os malfeitores os esperam. É exatamente nesse lugar que Tower se refugiou com seu amigo Deepneau. Quanto a Jake e Callahan, eles se reencontram em Nova Iorque, em 1999. O rapaz e o velho pai seguem a pista de Susannah/Mia até um hotel, onde reencontram a décima-terceira peça negra, uma bola maléfica de um poder inimaginável. Foi ela que permitiu a Mia deixar Calla. Conscientes do perigo que ela representa, eles decidem escondê-la num guarda-volumes do World Trade Center, devendo lá permanecer até 2002. Naquele corpo que ela não mais pode controlar, Susannah descobre que Mia não é uma outra personalidade de seu espírito, porém uma verdadeira invasora. Da mesma forma, ela entende que o filho que espera não é de um demônio, mas sim de Roland e do Rei Cramoisi, através de um procedimento maquiavélico. Sobretudo, ela se acha dividida entre o irresistível desejo de lutar contra Mia para retomar o controle e o outro igualmente poderoso desejo de ajudar Mia, já que seu bebê é também um pouco dela, e ela compreende o que a outra sente. Por outro lado, Eddie e Roland rechaçam o ataque dos bandidos, graças, entre outras, à ajuda de um "folkien" (um nativo, "se puderem intuir isso"), John Cullum. Graças a ele, os pistoleiros se afastam do campo de batalha. Em seguida, eles reencontram Calvin Tower, que se instalara sem tomar as devidas precauções, inconsciente do perigo que corre, com seu amigo Deepneau. Roland e Eddie, assim, obtêm a propriedade do terreno onde cresce a Rosa. Finalmente, os dois pistoleiros se rendem àquele que parece estar no centro de sua existência, mesmo de sua busca, ou seja... o próprio Stephen King! Esse reencontro decisivo vai ensinar-lhes sobre eles mesmos, e sobre sua busca, para descobrirem que suas vidas, como a de Callahan, é fruto da imaginação desse homem. Quanto a Jake e Callahan, eles enfim descobrem o covil onde Mia, enceguecida pelas promessas dos abomináveis, rende-se a fim de dar à luz. O local é uma das "bases" nova-iorquinas dos comparsas do Rei Cramoisi. Mia vai lhe mandar seu filho, Mordred, em troca da pouco confiável promessa de poder cuidar dele por uns tempos. O rapaz e o antigo padre entram nesse antro para livrar Susannah desse mau passo. A história é absolutamente fascinante. Desde o primeiro episódio dessa saga, até esse penúltimo volume, quantos caminhos foram percorridos! King desenvolve uma trama absolutamente única, precisa, e de uma complexidade formidável. Sentimos um verdadeiroprazer em tentar desembaraçar todas essas tramas. Grande parte das cenas geram muitas questões que elas mesmas se resolvem. A essas, juntam-se pestanejos, mais ou menos relacionados a outras ficções célebres (notadamente Harry Potter e Star Wars), um certo linguajar característico que eu parcialmente reproduzo neste resumo ("ka-tet", "folken", mas ainda há muitas outras expressões!). Entretanto, a parte mais extraordinariamente surpreendente é, sem dúvida, o final, onde o autor se faz intervir, ele próprio, na história. Ele não se realça e também não se diminui. É essa a marca de um grande escritor: conseguir dirigir-se, como o faria com qualquer um dos personagens. O papel que ele representa nesta história é ao mesmo tempo decisivo e secundário, mas o que importa, sobretudo, é que, tomando parte do romance, enquanto autor da Torre Sombria, desta história que lemos, o romance toma uma dimensão excepcional, dando a esta trama imaginária um aspecto terrivelmente realista. É um verdadeiro golpe de mestre que Stephen King consegue nesta obra, e só fica um único desejo, ao fecharmos o livro: devorar o último volume dessa envolvente história. E agora deixo o meu muito obrigado.

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