domingo, 10 de janeiro de 2010

Entrevista de Ademir Pascale com André Vianco

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Quando teve início sua paixão pelo gênero gótico?

André Vianco: Desde a infância lembro de parar na frente da televisão para assistir a filmes de horror e fantasia. O primeiro livro que li era de um monstrinho que comia tudo que aparecia pela frente até que engoliu um lago inteiro e explodiu. Sempre curti as histórias sombrias, na ficção e no mundo real.

Ademir Pascale: O gênero gótico é bem abrangente, mas o seu forte são os Vampiros. Por quê?

André Vianco: Aconteceu de serem os vampiros. Dentro da ficção, acho que os vampiros são as criaturas que mais chamavam-me a atenção. Daí, no ano 2000, lancei minha primeira história, meu primeiro romance e era justamente “Os sete”, onde narrei a aventura de sete vampiros encalacrados numa caixa de prata em Portugal descobertos no Brasil 500 anos depois. O duro é que a história continuava e, para um escritor estreante, seria difícil publicar logo de cara um livro com 800 páginas. As continuação de “Os sete” foram naturais, vindo “Sétimo” e as histórias do “O turno da noite” em 3 volumes.

Ademir Pascale: É verdade que você vai adaptar para as telonas o romance "A Casa"? Caso sim, existe a possibilidade de adaptação de outras obras de sua autoria para o cinema? Se sim, quais?

André Vianco: É verdade. “A casa” está em pré-produção, na Estação TV e deve ter as filmagens iniciadas ainda esse ano. Estou escrevendo para cinema e TV, alguns estúdios estão procurando para produzir tanto “Os sete” quanto “Bento”, grandes estúdios de fora já começaram a sondar a possibilidade. Tenho que ser criterioso nesse momento. A obra quando sai do papel para um meio audiovisual pode ser muito broxante para quem acompanhou aquilo página por página. Nesse ponto sou chato, não cedo os direitos sem que se faça um contrato muito bem elaborado. Não vou deixar ninguém destruir uma história só por vaidade, tem que esperar a hora certa para dar esse passo. No momento estou desenvolvendo um projeto de minissérie, uma idéia inédita ainda e também uma peça de teatro que me foi encomendada.

Ademir Pascale: É verdade que você passou por dificuldades para conseguir a publicação da obra "Os Sete"? Você encontrou obstáculos no início da sua carreira?

André Vianco: Claro que encontrei dificuldades. Acho que todo mundo que está começando sempre tromba com uma pedra aqui e ali. Nenhuma editora queria meus trabalhos na época. Meu livro só saiu da gaveta porque estava decidido a publicá-lo e terminei pagando uma gráfica para ter esse desejo concretizado. Daí passei um ano distribuindo por conta até que a primeira editora topou tocar o projeto adiante. O negócio é não desistir nunca. Se você acredita no seu talento, no seu projeto, siga em frente. Os dias nublados ficarão para trás.

Ademir Pascale: Como você se sente em saber que "O Sete" já vendeu mais de 50.000 exemplares?

André Vianco: Sinto-me bem. Principalmente porque trabalhar com cultura no Brasil, ser escritor no Brasil é muito complicado. É uma recompensa.

Ademir Pascale: Você sente saudades do cargo de redator do departamento de jornalismo da rádio Joven Pan 2?

André Vianco: Sinto saudades da dinâmica do lugar. Aprendi muito trabalhando na Jovem Pan 2, foi uma época muito divertida da minha vida.

Ademir Pascale: O que você acha da internet para a divulgação do seu trabalho?

André Vianco: Fundamental. Graças a internet consigo estar em contato com meus leitores. Gosto muito disso. Troco idéias sem muita frescura. Só não fico escrevendo “venu”, “legau” e “nakele”, coisinhas que infestaram a net. Sem contar que a divulgação, para qualquer escritor é a alma do negócio. Posso falar com leitores de norte a sul sem ter que investir horrores em propaganda ou me deslocar toda semana.

Ademir Pascale: Qual foi a repercussão na mídia no início da sua carreira? Em geral, a mídia abre as portas para os escritores brasileiros?

André Vianco: O problema com a mídia e os escritores nem é se esse cara é novo ou já tem um tempo na estrada. O que acontece é que literatura tem pouco espaço nos veículos, sejam jornais, revistas, TV ou o diabo. Tirando as publicações e programas especializados os escritores tem que disputar espaços ridículos onde fala-se sobre livros. Hoje divulgam mais meu trabalho, acho que é uma evolução natural quando um profissional está ai, produzindo, e coisa e tal.

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

André Vianco: Putz. Inúmeros. O lance é que amo mesmo escrever. Então não paro de ter idéias, de criar. Dirigi dois curtas já, me preparando para o cinema. Meu maior sonho hoje em dia é rodar um longa metragem meu. Estou escrevendo para teatro também e minisséries. Queria muito emplacar essas idéias aqui no Brasil porque o que eu produzo tem tudo a ver com nossa terra, nossa gente, nossas idéias. Bem, vamos ver onde tudo isso vai parar.

Perguntas Rápidas:
Uma livro: Bando de pardais
Um autor(a): Vitor Hugo
Um ator ou atriz: Pedro Cardoso
Um filme: Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Um dia especial: hoje
Um desejo: ser campeão de truco

Ademir Pascale: Foi um imenso prazer conversar com você. Desejo-lhe muito sucesso. Um forte abraço.

André Vianco: Eu que agradeço. Abraço a todos e leiam muito! Quer conhecer mais sobre André Vianco? Visite meu site: www.andrevianco.net

Créditos: Editor e administrador do site Cranik(www.cranik.com): Ademir Pascale- ademir@cranik.com

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